domingo, 25 de abril de 2010

A DOR É INEVITÁVEL

Tem uma frase conhecida por todos que diz que “a dor é inevitável e o sofrimento opcional”... Sinceramente não sei de quem é esta frase, mas gostaria de entendê-la melhor e é nesta busca que procuro aqui um meio de alcançar que ela seja verdadeira.
Neste momento só consigo ver uma realidade que me traz sofrimentos inevitáveis. Porém nestas horas todas as pessoas querem nos ensinar alguma coisa, este mundo é feito de doutores, formados ou não, mas o engraçado é que todos em alguma reticência, num suspiro, em um olhar, nos ensina alguma coisa, basta que para isso eu desça da minha dor e consiga ver a dor do outro; se o problema é bem menor que o seu infelizmente você vai achar que o outro seja insensível, e se é maior que o seu, obviamente vamos nos sentir envergonhados do nosso pequeno problema. Talvez exatamente por isso tenhamos que ouvir e ter paciência com todos. E o curioso neste ouvir, é que não percebo, não consigo ver que algum sofrimento, seja opcional. Definitivamente não concordo, o sofrimento por qualquer motivo, vale-se dizer, é inevitável, e é bom que o sinta, pois talvez destes momentos possa nascer a aceitação do fato, uma consciência maior do que possa estar acontecendo, ficamos mais maduros e enfim, muitos neste momento, posso dizer 99% atendem o chamado de Deus, espiritualizam-se, porque precisam mais do que nunca DELE, de fé. Neste momento a fé traz a esperança, traz a paz ao coração, à família. Contudo, ao deitar, quando se está só, mesmo tendo toda uma família vivendo uma só expectativa, é inevitável, neste momento estamos sós, porque relaxamos, e aí eu precisaria saber se é com todos ou se é apenas da minha cabeça, na minha dor, o medo toma conta, e por mais que eu queira agarrar esta fé, monstros aparecem a me aterrorizar, tento mentalizar as coisas boas, tento ver a luz divina no final de um túnel, mas é um túnel longo, mas com muito esforço mental, de fé, de experiências de outros que já sofreram e sofrem muito mais, vejo uma luz, faço muitas orações, a que minha mãe me ensinou em criança e muitas outras que já me passaram, tento mentalizar a oração da serenidade utilizada pelos AA “Que Deus me dê serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar as que posso e sabedoria para distinguir umas das outras” Só por hoje!!!, e adormeço. É um exercício diário. Não podemos entregar, nos sucumbir a dor, não podemos ter pena de nós mesmos, é preciso ter coragem e passar coragem, mas não precisamos ser também mártires ou heróis, porque somos simplesmente pessoas humanas na luta diária da vida. Mas definitivamente sofrimento não é opcional. Por menor que seja o que te atormenta, tente encará-lo de frente, mas não tenha vergonha de vivê-lo, com toda certeza sairemos todos mais fortes, é o que tenho constatado. As pessoas que se deixaram levar na correnteza das lágrimas, não são fracos, talvez não tiveram uma família, não lhes apresentaram um Deus de amor, de caridade, de perdão, porque algumas pessoas encaram Deus como o Pai que castiga, o Pai que não perdoa, e etc..... Não acredito, o meu Deus é bondoso, é caridoso, Ele me deu o Filho dele, sou eu quem não entendi a mensagem. Todas as vezes que O chamei Ele me visitou, não tenho dúvidas disto. Por isto sei que todos os maus pensamentos que possam me aterrorizar, serão abrandados pela Sua mão. O que nos diferencia são as mais diversas maneiras de lidar com as situações, uns tiveram ou escolheram resolver tudo sozinhos outros aceitaram os apoios que lhes foram oferecidos e isto pode incidir diretamente na maneira de como reagimos. É preciso humildade para dizer, hoje estou fraca e preciso de um ombro, porque nos fortalecemos assim, descansamos e assim podemos dar o ombro amanhã. De nada vale o orgulho, o dinheiro, a altivez e tantas outras coisas que tanto conhecemos, estas coisas nada nos traz, não nos edifica, nos atrapalha a crescer, mas se sabemos que elas existem e podemos ter no nosso mais íntimo um pouquinho de cada um, então vale a pena o exercício diário, não aquele exercício que nos mantém em forma, que também é importante para a saúde, mas o exercício espiritual, o exercício da troca, o exercício da solidariedade. Não podemos resolver tudo, mas podemos exercitar a reflexão sobre as situações vivenciadas no dia, algumas, quando o túnel é muito longo, nos tira o chão, nos dá a sensação de vazio, de impotência, mas como tudo nesta vida é cíclico, aguarde, o sol renascerá...ele nasce sempre! Mesmo quando sorrir é difícil, mesmo que na verdade se queira chorar, sorria, apesar das angústias, dos medos, porque de acreditar não podemos abrir mão. Acreditar é o que nos resta em alguns momentos. Acreditar e aceitar porque o primeiro pode ser ou vir de uma fé ou de uma constatação, agora o aceitar é preciso estar imbuído de humildade, porque as vezes pra muitos pode parecer fuga, comodismo e na maioria dos casos não o é mesmo, é simplesmente encarar com ou sem medo, em certas situações não há o que fazer e para transpor este obstáculo é preciso aceitar e assim vivenciar, pois só vivendo, participando, estudando, exercitando podemos sair fortalecidos. Sei que nem sempre é fácil pensar assim, sei que ás vezes o dia é difícil e longo, mas é preciso aceitar, aceitar sempre, que estes fatos circunstanciais fazem parte do processo, e recomeçar quer dizer novos aprendizados, e assim a gente auxilia a vida a nos impulsionar em novos caminhos, assim como a leitura nos fornece novas palavras, o sofrimento pode nos beneficiar com novos acertos, novas descobertas, nos ajuda a encontrar e trilhar novos caminhos.
E no meio deste turbilhão de encontros e desencontros de pensamentos, na tentativa diária de entender e ter respostas a tantas perguntas, me vejo, apesar de consciente do processo da vida, novamente em aceitar que é preciso que eu aguarde o tempo; o tempo de Deus, aquele que sem dúvida alguma me dará todas as respostas, e quando não mais tiver perguntas será porque também já não faço parte deste mundo aqui, mas que tentei de todas as formas que o meu limite me concedeu, entender este processo maravilhoso que é a vida, este bem que me foi concedido, e que pude ver sorrisos que levarei para sempre em minha memória. Hoje, especialmente, foi muito bom. Amo vocês!

sexta-feira, 16 de abril de 2010

INDIGNAÇÃO

Para o ser humano ficar indignado, não é muito difícil, basta que ligue a televisão em qualquer noticiário, ou que olhe para o próximo com uma visão mais ampla e em muitos casos, você já ficaria, mesmo sem querer ver... E eu naturalmente não sou diferente de ninguém, muito pelo contrário, tenho complexos a serem abolidos, traumas a serem trabalhados e muitos, muitos outros a serem tratados. Neste texto de hoje, quero, no decorrer dele, tentar entender um próximo, por várias perspectivas, mesmo sem ter que relatar todas, porém para mim, o escrever, é nada mais, que um turbilhão de idéias querendo achar um caminho, e tomara que ache o curso certo até o final dele.
Vejam bem, se uma pessoa é iluminada, se consegue sempre estar a frente do seu tempo, de uma capacidade de raciocínio surpreendente, se é uma enciclopédia ambulante, etc, esta pessoa é também muito inteligente, sem precisar mencionar que para se chegar aqui, houve um processo cultural que dependeu das escolhas desta pessoa no passado. Sei que neste caso não houve uma adolescência comum, mas um série de livros, de diversos autores, que foram devorados, assim como para nós, gente comum, como eu, devoraria, nesta idade, as festas, e livros... somente os necessários para fazer a prova do Colégio. Sou comum sim, e também não vejo mal em ser assim, assim como invejo, uma inveja boa, de quem teve esta brilhante iniciativa, num período em que tantos se perdem. Pois bem, este é só o começo de uma história longa, que não daria pra ser contada num simples texto. Cabe aqui e agora a minha indignação, mediante ao fato de que no decorrer da vida desta pessoa ela alcançou muitos êxitos, graças a esta cultura, a um bom curso superior, a bons empregos e a boas oportunidades. Mas é óbvio que houve lutas em várias etapas, árduas lutas e que foram vencidas também a um humor, que por não ser comum, também pouco compreendido. O humor sarcástico, irônico, aquele que vê além do sério; um exemplo que me veio a mente agora é de um folhetim que li há muitos anos, onde em um jogo de futebol o técnico corria velozmente em volta do campo gritando aos seus jogadores: Corram a Glória!!!!!! Glória na verdade era o retrato de uma mulher estampada em um enorme pôster no vestuário! Então, por assim ser, entra naquele impasse, amar e odiar ou odiar e amar, ou seja, entende, se tem competência, ou não entende, se não a tem, e devo confessar, infelizmente, que posso estar no segundo grupo, porque por não compreender ou talvez, por achar que tudo é comigo, e isto vergonhosamente pode ser também, por pensar, mesmo involuntariamente, que o mundo gira em torno do próprio umbigo, não tenho humor suficiente para críticas desta natureza, talvez porque eu as entenda somente depois de dois dias..... E assim continuando, depois desta constatação terrível, que este amar e odiar é comum e fácil de entender por pessoas assim como meu amigo, pois na verdade, ele está tão acima de pequenas coisas, que o máximo que ele faz e dar uma risadinha, retraída...diga-se passagem. Porém, como ser humano que é, algumas pessoas conseguem atingi-lo, que são gente que ele ama, gente que ele convive bem de perto, na intimidade do sangue ou do dia a dia. Então se críticas a este humor vem do não entender de outros, ele não se modifica, mas veio desta vez de uma forma tão profissional, profissional sim, tinha até um atenciosamente no final, já em desuso posso garantir, que era inacreditável aceitar que o remetente fosse tão próximo, porque neste caso bastaria um tapinha nas costas, dizendo...manera ai amigo...seria suficiente, mas como estamos em uma época onde existem as copias ocultas nunca se saberá a verdadeira intenção do mesmo. E minha indignação não e da crítica e nem pela crítica, que é diferente, é pela forma que foi feito. Em tantos anos de amizade é a primeira vez, após 5 anos que soube da volta do remédio para uma dor de cabeça terrível que já teve em tempos onde não se podia usar deste humor, mas tinha que ser sério por todo o complexo de uma situação que o envolvia profissionalmente. É lamentável, como o ser humano é egoísta e medroso, onde a capacidade de ser competente pelo fato de o ser seja tão pequena perante a maldade do outro. Maldade esta que tenho certeza, não foi intencional, porque terei aqui de defendê-lo também, mas é a maldade intrínseca dos seres humanos, aquela, que talvez para se salvar faz coisas que nem eles mesmos acreditam que o fizeram. Com tudo isto, quero dizer que se todos nós usássemos de uma maior benignidade, se acreditássemos que o ser humano, ‘as vezes só quer ver e viver a vida bem humorada, se acreditassem que nem todos os passados ficam para sempre, que o ser humano pode e deve seguir em frente, principalmente se tem do que orgulhar, seja no que foi, no que faz e do que se pretende fazer, se tivesse nossos olhos voltados a objetivos maiores, não precisaríamos explicar e pedir tantas explicações. O ser humano é complexo e talvez eu tenha tanta necessidade de dizer humano porque não estamos falando de uma pessoa, nem de um cidadão, pois são distintos entre si, mas para lembrar que não somos mais das cavernas, que podemos conversar, olho no olho, como pessoas civilizadas, onde temos o dever de mudar o comportamento se necessário for e temos o dever agora como pessoa de entender, de crescer, de acrescentar para que tenhamos para sempre, um mundo melhor.
Fyodor Dostoyevsky disse que este tipo de humor é " o último refúgio dos modestos e virtuosos quando a privacidade das suas almas é invadida vulgar e intrusivamente". Porém vejo que o “diferente da gente” nos estimula a mudar até socialmente. Talvez se olhássemos com bons olhos uma crítica, aprenderíamos a compreender melhor o outro e a nós mesmos, uma permissão sem obstáculos, sabendo que para isto é preciso coragem para arriscar, e só arriscando chegamos lá, e este processo faz parte da vida, faz parte do processo de criação e de elaboração.
A indignação neste caso é a castração que tentou impor, mesmo que muda, calada. Eu digo ao meu amigo o seguinte, são poucos os que conseguem ver além do que é mandado fazer. Continue vendo além do horizonte, continue... preconize o que há de vir, não deixe de ser você, e se você consegue tirar humor, fazer caricaturas, de situações diversas, parabéns. Só os iluminados conseguem!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

NAMORO

Eloqüente a palavra, o ato em si é um pouquinho menos, porque para vivê-lo precisará de todos os sinônimos, vai precisar convencer, persuadir e por aí vai. O namoro em minha adolescência tinha um glamour no ar, havia um flerte, uma paquera, encontros menos freqüentes, um roçar de dedos, um roçar de lábios, geralmente no escurinho do cinema, isto se o irmão não tivesse na fileira anterior “espionando”, beijos mais vorazes bem, bem mais tarde e já era um escândalo se o fizesse perto de alguém, na frente dos pais, nunca, era impossível!
Na época de minha mãe, o escândalo era por bem mais pouco, era se o joelho aparecesse num cruzar de pernas, ainda havia sim, e muito, namoros pré estabelecidos pelos pais, mas já havia também os por livre escolha, não tão livres assim, mas muitos já casavam com o escolhido.
Pois bem o namoro como em absolutamente tudo na vida passa por transformações, para uns positivas, para outros negativas, porém fazem parte do contexto de uma época. Mas que deveria ser delicioso bailar por um salão com um pretendente num vestido longo, num flerte mudo, calado, há!, isto deveria! O máximo que vivi foram as matinês dançantes e foram bem poucas que pude ir, infelizmente. É muito difícil para um adolescente adequar-se a sua realidade perante a realidade de cada um dos que os cercam. Aqui é o princípio de tudo desta fase, e neste momento esquecemos que tivemos o primeiro dia de aula, a primeira bronca e tantos primeiros passados, já somos velhos, ainda na adolescência de “primeiro” entendem? Só que nesta fase ainda não nos demos conta disto. Hoje jamais deixaria de ir a algum lugar por falta de um vestido ou sapato que combinassem, hoje já não me importo de repetir. Este é o grande prazer da maturidade. Uns alcançam mais cedo, outros bem mais tarde, tão tarde que talvez não de tempo mais para viver. Conheço muitos assim ainda e bem mais velhos do eu. É a falta de leitura da vida que chega tardiamente.
Daí a importância dos pais de não desistirem e mostrar sempre o hoje, o ontem e o amanha, não se cansem, mas não sejam repetitivos, porque os filhos terão que viver, mas poderão faze-lo com maior sabedoria, se assim conseguirem ler.
Não consegui viver no meu tempo devido, ou estava muito a frente ou muito atrás, não consegui me dar esta resposta ainda, do porque disto. Nunca consegui namorar muito tempo com alguém da minha idade, ou de ter amigas da mesma idade. Preferia sempre estar com alguém mais velho que eu, era com estas pessoas que tinha assunto. E sempre falei mais que fiz, ate os meus 22 anos nunca dei importância a nenhum namoro, não queria casar mesmo, mas como ninguém acreditava, deixava que pensassem assim, via amigas fazerem o impossível para que fossem levadas ao altar, e eu não entendia o porque de tudo isto. Sempre queria prever tudo, era a dona do futuro...quanta ignorância. E quanta ignorância carrego comigo até hoje, mas pelo menos hoje sei que morrerei aprendendo. E a prova que a gente não e a dona da verdade e que me casei com uma pessoa 2 anos e 4 meses mais nova que eu, e é maravilhoso, e tenho assunto, muito assunto!
Os namoros de hoje são muito bons, para época que eles estão vivendo, sei disto muito bem, mas não vejo prazer em ficar, acho pobre, sem arrepios, sem sonhos...acho eu e provavelmente estarei errada, mas não vejo como os jovens de hoje possam ter saudade desta época, porque na verdade muitos deles, nem conhecem o que é N A M O R O, porque fazem sexo muito rápido, e este, o sexo, é maravilhoso para ser tão banalizado, é o encontro de duas pessoas que se desejam, que se amam; acredito que fazer sexo pela carne, nos da um vazio enorme depois, mesmo que eles não estejam conscientizados disto hoje, quando fizerem amor, saberão do que estou dizendo.
Sempre falei de namoro, sexo e relacionamentos diversos com minhas filhas, nunca pedi que casassem virgens, mas que tivessem uma primeira vez saudável, com alguém que amasse, que desejasse muito, que tivesse uns arrepios ou uma dorzinha no estomago antes de se chegar ao ato sexual. Teriam que se lembrar deste momento lindo, e não de um momento qualquer. Se o jovem não casa com este primeiro(a), não tem a menor importância, mas eu acho com toda certeza que assim, estes jovens de hoje terão condições de ter uma sexualidade mais saudável, mais prazerosa. Existem certos caminhos em nossas vidas que se deve viver todas as etapas e o namoro é uma etapa importantíssima na vida do ser humano. Pois este jovens construirão um dia, uma família, e eles tem que estar conscientizados disto, mas infelizmente vejo pais fazendo algo inacreditável, parabenizando o filho porque pegou todas as meninas da classe. E aqui está escondida um questão insuportável meninas, o sutiã foi queimado há muitos anos, porém ainda levará gerações para que se apague da memória genética a crença de que os homens são superiores ‘as mulheres, e não duvidem que ainda há quem pense assim e não são poucos, leiam um pouco sobre a história da humanidade, que entenderão melhor, portanto sejam profissionais brilhantes e façam seu caminho, mas não esqueçam, vcs são mulheres, são vocês quem darão a luz aos filhos destes homens, são vcs quem amamentarão a criança! Isto não tem como ser mudado. Se querem ser reconhecidas como profissionais competentes, se dêem ao respeito como mulheres também, porque se estes meninos pegam vocês, é porque vcs deixaram isto acontecer. E não venham me dizer que vcs os pegam também, isto não é verdade, eles tem muito pouco a perder. Porque apesar das poucas diferenças que existem hoje, tem muitos garotos por aí que nem sabem que é pai, e muitos que o são, mas que não deram conta disto!
Conheço um caso de uma garota linda, formanda em Medicina, será sem dúvida uma excelente médica, que me disse: - tia (não é minha sobrinha, é como os jovens nos tratam, acho ate bonitinho)tenho que me mudar daqui nem meus próprios colegas me respeitam, e é minha culpa, já beijei todos eles, já me vangloriei disto, hoje não estou rindo mais, um deles me disse que jamais se casaria comigo! (palavras da própria). É muito triste ouvir isto! Porque todos nós já passamos por alguma coisa semelhante, o arrependimento, é comum, pode até ser divino, mas ouvissem mais, olhasse mais, com a observância necessária, talvez sofrêssemos menos. Pensem nisto! Tem uma palestra do Padre Fábio de Melo sobre visão rasa, devem ouvi-la.
Vivam seu tempo, com prazer, mas não esqueçam que um amanhã existe para voces, com cobranças e com prêmios, é o jogo da vida, só que neste jogo, vocem podem dar as cartas e espero que sejam sábias!

terça-feira, 13 de abril de 2010

LEITURA HUMANA

É engraçado, quando se descobre que leituras não se fazem somente em livros, jornais ou revistas, porque talvez, a mais interessante seja a leitura que fazemos de nós mesmos e dos outros. Os adultos sabem bem explorar estes sentidos de leitura da vida, Mas quando não são crianças e nem adultos, e isto não é só uma questão de idade mas também de comportamento, fica difícil entender, na verdade compreender, pois quantos filhos ouvem: ...voce tem que organizar seu quarto, voce já é um adulto, e quatro horas depois já houve... voce não vai de jeito nenhum, não é pra você; voce é uma criança!, ou seja é completamente louco, afinal quem eu sou? E neste contexto, quem contesta, os pais ou os filhos? Será a juventude quem força a contestação, ou são atitudes como esta? E ninguém está livre de deslizes como este, todos nós, pais, já fizemos algo parecido, e se assim pensarmos fica mais fácil entender porque é importante parar em algum momento, e bater um longo papo... mas aí pode estar a chave do enigma, porque eu penso assim hj, não pensava assim há 26 anos. Por isto que viver é maravilhoso, e é maravilhoso quando voce vai descobrindo os próprios erros, e tentando consertá-los. É gratificante descobrir a capacidade de perdão que existe entre pais e filhos.
E voltando a leitura humana, vimos recentemente, varias transformações: na década de 60 os jovens contestava a guerra, cantava o amor livre, queria paz e cantavam musicas românticas, na década de 70 vieram as discotecas e na de 80...tudo era diferente, as letras de musicas faziam denuncias, trouxeram a tona muitas questões sociais e quem não lembra da queda do Muro de Berlim?, e na década de 90???? os shoppings... Bem, nossos filhos não repetem, eles inventam, querem coisas novas, é so fazer uma leitura rápida; e o que cabe a nós pais? Reinventar junto com eles na medida do possível, pra ver se um dia, com maior conscientização, atenue um pouco este choque de gerações já tão antigo na humanidade. As divergências vão sempre estar presente acredito eu, a diferença é que hoje a “comunicação” não chega com o Repórter Esso...Hora do Brasil...ela acontece minuto a minuto, não da para parar no tempo, não há lugar mais para isso. E este saber, este conhecimento deve voltar para a educação destes jovens.
E como cidadãos, a nossa responsabilidade não pode encerrar em nossos filhos, mas com os amigos, com o vizinho, com o afilhado, no trabalho, na comunidade, há se achar sempre uma brecha para ajudar. Não precisa intrometer, assim como não deve ser omisso, na mesma proporção. Se o amigo de seu filho não encontra um diálogo em casa e vc tem a oportunidade, com inteligência e um bom tato, vc descobrirá, como ajudar, como aconselhar. Ofereça um almoço por exemplo, um lanche, e com sabedoria faça-os iniciar uma conversa onde vc tenha a oportunidade de opinar. É fácil fazer um jovem falar, eles precisam constantemente de quem os escute.
Se escutar, parar para ouvir é importante, descobri também um erro que os pais cometem com os filhos em todas as idades, é o fato de não ensina-los a ter paciência. Um pai sempre cede ás investidas dos filhos, seja pela insistência, por querer terminar de ler um jornal, para parar de chorar e assim por diante...só que isto ensina-os a não ser tolerantes, se eu pudesse começar tudo de novo, eu haveria de encontrar uma forma de fazê-los esperar, porque sem dúvida, tenho plena convicção hoje, que isto os ajudaria a tornar adultos mais calmos, com mais paciência, com uma benignidade maior, principalmente porque quando você espera, você também tem a oportunidade de pensar, refletir, e talvez quem sabe, não ajudariam estes adolescentes a saberem esperar a grande e tempestuosa fase para se chegar ao mundo adulto. Um mundo que eles acham que será o máximo. Mas quando se vê adulto percebem que aquelas diferenças culturais, sociais etc, que viveram anos atrás interferiram muito em suas vidas, e quantos deles não saem estigmatizados desta fase. Portanto frisarei sempre: filhos são para sempre, e os pais, mais que os filhos devem conscientizar que temos deveres de proporções inimagináveis para com eles, porque nós já passamos por isto, já temos nossas próprias cicatrizes, não deixemos refletir neles o que não fomos, o que não fizemos, mas façamos deles um adulto sadio, homens livres para viverem a própria história.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

ELO QUEBRADO

As conseqüências, acho que posso dizer, psicológicas nos filhos mediante a separação dos pais é em todos os casos que conheço, desastrosa, mesmo nos que dizem jurar que não foram afetados. Na minha observação do outro neste sentido, e o fiz em abundância, principalmente para salvar a mim mesma, percebi que não é fácil para ninguém ver este elo quebrado, pois vejam bem, os filhos viram a elaboração de uma série de fatores ao longo de sua vida comum como família e estes fatores serviram para a interpretação de como agir, inclusive socialmente no futuro. E por mais que sejam preparados para o momento, e infelizmente, são poucos os casos que conheço que fizeram, é muito difícil para estes filhos adotarem e estabelecerem novas visões, pois o consenso naquele momento está totalmente afetado, não existe mais um vínculo, ou seja, é como elaborar todo um parágrafo e na última frase lhe faltar a continuação do pensamento, da idéia. É a sensação do inacabado, e isto se não houver um suporte, uma mão que ampara ou estar numa idade suficiente para entender que toda esta gama de sentimentos conturbatórios vai encontrar um eixo ou que mais cedo ou mais tarde isto vai passar, que vc vai se equilibrar novamente.....ah! meu querido! quando os pais que também estão passando por emoções talvez mais fortes que a dos filhos, com a diferença que sabem ou pelo menos pensam que sabem o que estão fazendo, lembrarem que são pais e voltarem a educar, na maioria dos casos já não podem mais faze-lo sozinho, há de precisar de ajuda profissional.
Por tudo que disse ou tentei dizer aqui porque talvez o meu parágrafo ainda esteja inacabado, é que tinha muita vontade de gritar ao mundo para que todos os pais tivessem mais responsabilidade.
Grotescamente falando, e quase tudo dizendo assim, pode chocar, porém é a maneira mais fácil de se fazer entender, uma criança só vem ao mundo quando um homem e uma mulher não tomam cuidados necessários a ação do momento. Pois bem, há se pensar desde este momento, que deste ato pode nascer uma criança. E é por isso que é muito difícil ver pais que se camuflam dentro de uma realidade retrograda, ou por excesso de zelo, trancam seus filhos dentro de uma muralha que eles pensam ser intransponível, e ainda hj, acreditem, existe quem o faça e fazendo assim só contribui para um desajuste, porque se desta atitude não gerar um casamento impensado, nascerá com toda certeza após 9 meses uma criança que vc é totalmente responsável por ela... Porém...neste contexto há muitas outras intenções... Mas não é o caso aqui e agora.
Filhos desde o momento que começam a descobrir a sexualidade, as respostas devem ser verdadeiras, se o filho elaborou a pergunta e porque com toda certeza já tem condições de saber a resposta, se os pais neste momento se sentirem incapazes a responder, levem-os a um médico e peçam que o faça por vc, aliás com toda certeza em muitos casos será melhor orientado, e olhem, não entre junto no consultório, aguardem na sala de espera.
Tenho, como já disse 54 anos e sexo ainda continua sendo um tabu para minha mãe e se eu tivesse a coragem de conversar com ela sobre este assunto, hoje não mais por mim, mas por ela, ela jamais aceitaria.
O que quero dizer com isto para não pensarem que já me perdi, de novo, no parágrafo, é que toda uma vida, começa desde a concepção.
Se pais e educadores formassem um grupo onde um amparasse o outro, se reunião de pais não fosse vista pela maioria dos pais como chatice, mas sim como parte da educação de seus filhos, haveria uma formação muito melhor, e aí quando chegasse a um momento inesperado na vida destes filhos, poderiam estar mais preparados para entender ou até apoiar, acreditem, aconselhar estes pais.
(Agora, e se este filhos não estão em nenhuma fase que se encaixe no contexto falado ate agora! Então sinceramente acho que é mais fácil, porque se não estão em fase escolar, ainda há de se ter tempo para trabalhar este filho, penso eu, mas posso estar enganada. Neste caso específico, tenho que observar mais. E se não estão mais na escola, estão formados e seguindo o curso de suas vidas, então ai ele já um produto seu, da escola, dos amigos, do que leu, da biblioteca que frequentou, dos programas de TV que viu, do tempo que ficou em frente ao computador...etc etc etc e não vale mais chorar o tempo perdido, te resta apoiar, porque ele não deixará nunca de ser seu filho).
O filho ao ser enviado a escola, ele começa ali também, uma vida social, onde lhe é cobrado explicações, conhecem outros comportamentos que não são os da sua família, etc. Por isso a necessidade do acompanhamento bem de pertinho.
E pensando um pouco o lado dos pais, para mim é muito simples, ninguém é obrigado a viver do lado do outro sem amor. E por isto, como pais, so temos uma atitude, que não nos deixemos levar pelos momentos, que não deixemos dar asas a imaginação. Use estes momentos e esta imaginação com o seu companheiro(a). Converse, discuta qualquer assunto exaustivamente, procurem um denominador comum. Nada melhor que a pessoa que vc já conhece aturar seus defeitos que um outro ou outra que nenhuma compaixão terá pelo aquilo que vc ganhou de presente há 15 anos atrás. Este não saberá a importância que este pequeno bem o é para vc. O grande amor pode renascer das cinzas, não deixem que as cicatrizes aprofundem demais, cure-as todos os dias. Não tem homem ou mulher mais jovem que substitua uma história. Não tem um outro ou outra que substitua o sorriso de seu filho ou almoço com os netos daqui alguns anos.
Porém, se a modernidade negativa abater sobre vc, tente ser feliz! E nunca esqueça, vc pode ser um EX, mas será sempre pai ou mãe, com os mesmos deveres e obrigações para com seus filhos.

domingo, 11 de abril de 2010

A importância da família na criação dos filhos

A família, pela minha ótica, pela forma que encaro o mundo, é o verdadeiro berço para se construir uma família saudável. E assim pensando, preocupa-me o fato de tantas interferências que são impostas ‘as vidas destes já cansados pais. Sim, cansados porque a luta que se trava com a gama de facilidades aparentes que nos são oferecidas diuturnamente através da TV principalmente, é absurda. Chamou-me a atenção outro dia uma criança de aproximadamente 9 anos, numa loja, numa birra interminável porque queria um “eletrodoméstico”, e a mãe dizia que não podia e a criança dizia que sim, até que a criança soltou um sonoro...-pode pagar depois da copa moço? Fiquei super irritada com a moleza da mãe e com a birra da criança, velha para este tipo de coisa no meu ponto de vista, só que, provavelmente por causa da idade, este tipo de acontecimento me retorna ao passado e neste momento então passa pela minha cabeça quantas vezes acertei ou errei na criação de minhas filhas. Porque na verdade, não quero julgar, mas a irritação foi incontrolável, e aí assusta-me criar filhos hj e ficará ainda mais difícil cada ano que passa.
Hoje os pais tem receio de impor limites ao seu filho pequeno, medo de traumatizar, de uma ou outra postura trazer mágoa, etc. As crianças mal aprendem falar já estão dizendo que vão chamar o Juiz....Céus onde ouviram isto? Ou seja, as informações chegam de diversas partes, desencontradas, incorretas e incompletas. Mas continuo pensando que é realmente do berço que se traça um futuro. Criança tem que ter limites, tem que ter horários, os pais tem que saber que o que é engraçadinho aos dois anos, é horrível aos quatro, tem-se que ter cuidado. Educar é uma arte que tem que estar todo tempo afinada, em sintonia com o mundo de hoje e de amanhã. Obediência e respeito há de se ter por toda uma vida! Ninguém conquista a liberdade ‘as custas da dependência do outro, mas sim cada ser humano deve não só construir mas conquistar a sua própria independência.
É certo que os bebês descobrem o mundo aos poucos e faz deste pequeno mundo que o cerca o seu laboratório. Testam todas as possibilidades, mesmo sem saber que o estão fazendo. Quantas historias ouvimos de bebes que já ganharam um não antes e continuam indo para o lado da tomada elétrica e olhando para vc...ou seja aguardando um segundo não possivelmente. Quem já passou por isso sabe que é um período difícil, mas com certeza não será o único, se não podemos permitir tudo, não podemos também lhes negar tudo. Há de se usar o bom senso e ajudar a descobrir e conhecer este mundo novo. E esta etapa em abrangências diferentes será por toda uma vida. Estou descobrindo que ainda quando se vai casar ou se já estão casados, continuamos pais. A esta altura poderíamos chamar de pais suporte. Aqueles que estão ali, mesmo que seja para um abraço e/ou um conselho, porque os mais variados tipos de comportamentos, que é a somatória da família, escola, religião, avós, amigos, meios de comunicação e etc, estes adultos já estabeleceram em suas vidas.
Há um conhecida frase que diz: Não há valor que se sustente sem bons exemplos. Isto é, se vc é um consumista veroz, ou se vc diz ao seu filho que não precisa estudar porque muitos se dão bem sem uma cartilha, se vc demonstra ser o centro do universo em sua casa ou no trabalho, etc, não adiantará estes pais dizerem absolutamente nada ao contrário a estes filhos, se não são os que eles vêem no seu dia a dia.
Só que, infelizmente, percebo boa parte disto hj, talvez tenha sido brava demais, enérgica demais com as minhas filhas. Acho que boa parte das mães sofrem com estas perguntas, principalmente as mães que foram ao mesmo tempo donas de casa, esposa, etc etc, e encararam uma jornada de trabalho e diga-se ainda, com muito pouco auxílio de seus companheiros.
Neste momento então, é também doce olhar para frente, porque vemos o quanto o mundo mudou para melhor, talvez seja a lei da compensação, vemos casais totalmente engajados na luta da construção de uma família, na educação destes cidadãos do amanhã. Isto me dá uma esperança enorme que este mundo vale a pena, apesar das separações de casais serem mais freqüentes, a união do homem + mulher na luta da família tbem é mais humana.

sábado, 10 de abril de 2010

Tentando entender...Sempre!

Seguindo a primeira idéia sobre colocar em pratica o desejo de conhecer e contar sobre o cotidiano de cada um de nós, digo, se já tenho 54 anos é porque já vivi um pouquinho, e observadora sempre fui, portanto, não sei se estou apta a dissertar sobre, mas com disposição para tal, até quando...não sei. O tempo dirá.
E a opinião de outras pessoas sempre nos fazem de uma forma ou outra, repensar nossas vidas.

Se partirmos do princípio que a vida e um símbolo de Deus e portanto devemos amá-la e respeitá-la porque muitos de nós, inclusive eu em vários momentos, não conseguimos ver o verdadeiro sentido para tal. Porque tantos jovens se suicidam, como três, recentemente conhecidos de minhas filhas o fizeram. O que estará faltando a estes jovens?

Porque o ser humano aponta tanto o dedo para o outro? Porque zombam, porque o triunfo do outro acaba por incomodar até mesmo os mais próximos a nós. São tantos os porquês, e sinceramente acho que a humanidade, sejam, jovens ou velhos, estão cansados de não obterem respostas. Será que todas elas estaria dentro de nós mesmos? Mas se somos produto do meio, não seriam estas respostas diferentes para todas as pessoas? E as religiões interfeririam nestas respostas? Aqui acho que sim, diretamente. O grande problema é que sinto uma falta de respeito enorme por parte dos dirigentes de todas elas. A salvação estaria numa determinada religião como pregam alguns? Ou no amor ao próximo, na caridade.... Bem não quero tbem ir por este caminho, é demasiado complicado e profundo e ao mesmo tempo simples; simples como a vida, se pensarmos que é tão fácil se dar, dar as mãos, estender as mãos...
E “produto do meio”, não estaria esta pequena frase já em desuso? Porque penso assim, hj com a globalização e os meios de comunicação alcançáveis para quase todas as pessoas, não teriam estas pessoas a chance, e grande, de verem a diversificação dos meios? Se ate uma determinada idade não se tem muitas escolhas, em outras que está chegando cada vez mais cedo, a chance de escolhas e bem maior que a dos nossos pais, por exemplo. Porém, na verdade, acredito piamente que está nos pais os exemplos e as rédeas certas, para ajudar o homem a se tornar um cidadão do bem.
Mas como sou comprovadamente uma pessoa dada a controvérsias, me pergunto, será que estou certa? Posso não estar, porque muitas das minhas atitudes erradas da minha juventude, do ciúme que me seguiu a vida toda, foi, e vejo cada dia mais com maior clareza, em virtude da separação de meus pais, quando tinha 14 anos, e ainda hj com 54 anos me vejo a remoer coisas desta época.... será mesmo que o homem não consiga escapar deste estigma? Ou será que as próximas gerações conseguirão escapar e saber escolher melhor os próprios caminhos?