quinta-feira, 10 de maio de 2012

Chama Imperecível


Eis a minha chama imperecível. Quando os pensamentos não cessam, onde razões e emoções  se tornam num emaranhados de conjecturas sem fundamentos, sem nexo, sem objetivo, é melhor deixar fluir para encontrar-se. É assim que me sinto hoje, apesar de tudo que ocorre a minha volta.  
Talvez nestes momentos,  em que o cérebro cobra solução para conflitos que acumulamos e assim criamos até sem perceber armaduras que num primeiro instante nos ajudam, mas que apesar delas,  os problemas continuam ali, encapsulados e prontos a erupcionar,  seja tão fácil se perder de si e do outro.
Relacionar-se está cada vez mais sem o feed-back necessário, a facilidade de se comunicar on-line, cria uma espectativa muitas vezes falsa e ilusória, pois falta abrir o canal necessário; o canal que requer renuncia, compromisso, cuidado, “diálogo”.
Relacionar-se é muito mais abrangente que se possa imaginar, não significa só casais, parceiros, negócios, família … está em tudo isso,  separado e junto ao mesmo tempo. E para manter o equilibrio há de se achar e equilibrar este canal e principalmente mantê-lo vivo para sempre. Quero acreditar que é possível, é preciso tentar. Pois com toda certeza, mudar de empresa, escola, trabalho, parceiros de nada adiantará se não descobrir antes o canal certo para o diálogo, e como bem  disse Walter Ramos Poyares…”Diálogo não é falar do alto…”
Mas onde se encontra este canal certo de que muitos falam, pois quando olhamos para o problema do outro, parece fácil resolver, mas não seria talvez porque na maioria das vezes não estamos envolvidos emocionalmente  com o outro? Estaria aqui a razão sobrepondo  em quase sua totalidade à emoção?
A emoção sobrepõe sempre quando estamos olhando para nós mesmos, pois é muito difícil julgar e condenar a nós mesmos, nos enveradamos por caminhos de auto piedade  ou usamos de uma arrogância,  suficiente para se achar melhor, superior; estamos sempre andando por extremos, quando é muito fácil confundir, egoismo com carência, amor com amizade, e todas relações inter-pessoais e até a nossa conosco mesmo.
Nada é fácil, mas para saber se vamos conseguir, temos que tentar, como diz “Cecília Meirelles no poema Nem tudo é fácil”

Acho que os homens são como as religiões, todos sabem o que fazer, só não temos a coragem para sofrer as dores necessárias para o crescimento contínuo, para doar, para amar, ou talvez não,  porque o  termo religio significa “ligar” e o homem…..às vezes, "nem humanos somos".

Neste momento pude observar que a única condição que me leva a refletir tanto é quando estou diante de circunstâncias que envolve doenças, médicos, laboratórios, o que encaixa perfeitamente no pensamento anterior, se trabalho com os problemas de saúde do outro sou forte mas quando se trata nos meus (o termo em si já é um egoísmo) minha cabeça gira como se fosse uma roda gigante, mas não me importo, é o meu jeito de enfrentar minhas dores, e elas são leves, confortáveis… Assim,  todos tivessem tantas poucas dores como eu! É a única conclusão que posso chegar mediante o que vejo a minha volta. E ainda percebo o quanto de ruim ainda carrego dentro de mim, o quanto tenho que melhorar, estou muito longe de amar o próximo como a mim mesmo...tenho muito que lapidar!

Acreditem, o diálogo até com a gente mesmo vale a pena, estou ótima!

Beijos