Eis a minha chama imperecível. Quando os pensamentos não
cessam, onde razões e emoções se tornam
num emaranhados de conjecturas sem fundamentos, sem nexo, sem objetivo, é
melhor deixar fluir para encontrar-se. É assim que me sinto hoje, apesar de
tudo que ocorre a minha volta.
Talvez nestes momentos, em que o cérebro cobra solução para conflitos
que acumulamos e assim criamos até sem perceber armaduras que num primeiro instante
nos ajudam, mas que apesar delas, os
problemas continuam ali, encapsulados e prontos a erupcionar, seja tão fácil se perder de si e do outro.
Relacionar-se está cada vez
mais sem o feed-back necessário, a facilidade de se comunicar on-line, cria uma
espectativa muitas vezes falsa e ilusória, pois falta abrir o canal necessário;
o canal que requer renuncia, compromisso, cuidado, “diálogo”.
Relacionar-se é muito mais
abrangente que se possa imaginar, não significa só casais, parceiros, negócios,
família … está em tudo isso, separado e
junto ao mesmo tempo. E para manter o equilibrio há de se achar e equilibrar
este canal e principalmente mantê-lo vivo para sempre. Quero acreditar que é
possível, é preciso tentar. Pois com toda certeza, mudar de empresa, escola,
trabalho, parceiros de nada adiantará se não descobrir antes o canal certo para
o diálogo, e como bem disse Walter Ramos
Poyares…”Diálogo não é falar do alto…”
Mas onde se encontra este
canal certo de que muitos falam, pois quando olhamos para o problema do outro,
parece fácil resolver, mas não seria talvez porque na maioria das vezes não estamos
envolvidos emocionalmente com o outro?
Estaria aqui a razão sobrepondo em quase
sua totalidade à emoção?
A emoção sobrepõe sempre
quando estamos olhando para nós mesmos, pois é muito difícil julgar e condenar
a nós mesmos, nos enveradamos por caminhos de auto piedade ou usamos de uma arrogância, suficiente para se achar melhor, superior;
estamos sempre andando por extremos, quando é muito fácil confundir, egoismo
com carência, amor com amizade, e todas relações inter-pessoais e até a nossa
conosco mesmo.
Nada é fácil, mas para saber se
vamos conseguir, temos que tentar, como diz “Cecília Meirelles no poema Nem tudo é fácil”
Acho que os homens são como
as religiões, todos sabem o que fazer, só não temos a coragem para sofrer as
dores necessárias para o crescimento contínuo, para doar, para amar, ou talvez
não, porque o termo religio
significa “ligar” e o homem…..às vezes, "nem humanos somos".
Neste momento pude observar que a única condição que me leva a refletir
tanto é quando estou diante de circunstâncias que envolve doenças, médicos,
laboratórios, o que encaixa perfeitamente no pensamento anterior, se trabalho
com os problemas de saúde do outro sou forte mas quando se trata nos meus (o
termo em si já é um egoísmo) minha cabeça gira como se fosse uma roda gigante,
mas não me importo, é o meu jeito de enfrentar minhas dores, e elas são leves,
confortáveis… Assim, todos tivessem tantas poucas dores como eu! É a única
conclusão que posso chegar mediante o que vejo a minha volta. E ainda percebo o quanto de ruim ainda carrego dentro de mim, o quanto tenho que melhorar, estou muito longe de amar o próximo como a mim mesmo...tenho muito que lapidar!
Acreditem, o diálogo até com a gente mesmo vale a pena, estou ótima!
Beijos