segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Canções Faladas

Existem incontáveis canções que podem ser absorvidas em determinados momentos como um néctar precioso, mas poucas vezes ouve-se alguém falar com a mesma preciosidade de uma música, que nos transporta, que nos obriga a pensar, e até mudar! 


Já experimentei esta sensação em mais de uma vez, mas o que não tinha observado é que todas as vezes foi ouvindo sobre a palavra de Deus. Poderíamos pensar que nosso emocional procurou e assim foi fácil nos convencer, mas não desta vez, fui a casa de Deus como sempre faço, porque gosto, e ouvi um belo sermão_palestra_canção. 

Pra muitos é tão somente falado o óbvio, porém não vejo assim, e mesmo se assim fosse, todos nós precisamos ouvir “este óbvio” para reforçar nossas convicções e para nos lembrar de nossos deveres e obrigações para uns com os outros. 

No início uma frase: “O silêncio é uma prece”, o que me faz pensar até este momento tão longe, como e porque pode ir esta frase... 

Tratou-se de como conhecer a si mesmo, e assim comparou-se a construção de uma casa, traçando sempre um paralelo com a reconstrução do nosso corpo, da nossa alma, da nossa vida. Se estamos diante de paredes levantadas é porque traçou-se antes projetos, e senão gostamos, reformamos.

O que hoje fizemos de bom ou ruim? Este conflito nos faz crescer. Muitas vezes temos medo de construir um novo ser, porém se assim for, que vençamos este medo, transpondo este obstáculo, já será o primeiro passo para nossa reforma.

Quantas vezes fazemos alguma coisa da qual arrependemos depois e para consertar, mentimos, acusamos, ou seja fazemos um puxadinho, aumentamos nossa varanda, se o certo seria assumir e reconstruir, para isto existem as cordialidades, o humano em pedir desculpas, por exemplo. 

“Somos seres em eterna construção” 

Dentre outros paralelos traçados entre a casa física e a do corpo, algumas pergunta foram deixadas no ar, como: 

1) Elogio falso ou crítica construtiva 

2) Humildade sincera ou por interesse de momento 

3) Orgulho ferido, até que ponto ele interfere em sua vida? 

4) Egoísmo, quantos por cento ele é forte em você? 

5) Seu pensamento te faz mover imediatamente? Quando e porque? 

6) Já experimentou fazer um inventário moral de si mesmo? 

7) Já se avaliou? Sempre, nunca, às vezes... 

8) Troca de lugar com o outro antes de emitir uma opinião? 

9) Dominação de instinto, grau de emoção, excessos, reação a palavras desagradáveis, vaidoso, raivoso, ciumento, rancoroso... 

Meus amigos estes e outros tantos questionamentos nos foram feitos de uma tal forma que foi impossível não dar a resposta, mesmo que intimamente. Sinceramente não gostei da pessoa que sou, e percebi que preciso de uma reforma urgente. Meus atos e ações devem convergir em contribuição para o bem. Preciso refletir antes de agir. Minha casa tem vazamento, preciso consertar meu telhado. 

“Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada” 

Há de se pensar e entender este versículo, eu mesma nunca tinha entendido, porém hoje digo que o entendi; poderia dissertar sobre o que ouvi, mas posso dizer que conclui que esta espada traz a paz, o entendimento, há deveres que tem precedência sobre outros. 

Não há como consertar a casa do outro, não pelo menos antes de fazer em sua própria. 

Compartilho com vocês este momento importante com vocês. Sei que não é milagre a reconstrução, mas tenho consciência que é um exercício diário. 

O nome do palestrante é Carlos, tão somente assim, sem sobrenome, acho que até aqui houve uma lição: não importa quem seja se absorvermos o que foi dito. 


Lembrei-me da Irmã Selma, que apesar de conviver com a dor da doença por tanto tempo, continuou firme em sua fé, e mesmo hoje em que seu ente querido já esteja junto com Jesus, continua animando o espírito dos menos iluminados. Tive a nítida sensação que este palestrante também é assim, um ser humano que na luta do exercício diário, mereceu sempre no final da noite um ÓTIMO no caderno da vida.



terça-feira, 2 de agosto de 2011

Bullyng às Avessas



Tenho ouvido falar tanto esta palavra que sinceramente acho que passou de assunto sério para especulação jornalística.

O bullyng que teoricamente seria o prazer de humilhar, não pode ser olhado pura e simplesmente por este lado. Há tantos fatores que influenciam esta situação que esta discussão teria que ser ampla, em todos os níveis.

 Há como segurar tal situação antes que se chegue a destruir? Na maioria das vezes acho que sim.

Há todo um idealismo em tudo que família, escola, religião e governo fazem. E não temos controle sobre estes pilares, mas há de se tentar que cada um faça sua parte, mesmo conhecendo e convivendo com todas as diferenças sociais, maldade, hipocrisia, preconceitos, etc.
 Tudo isto contribui na nossa fragilidade, na destruição da auto-estima. E uma vez silenciando,  ou não  sendo policiados por quem é o responsável, por quem de direito tem que fazer este papel, cria-se ou vai se criando pelos oprimidos uma indiferença, hostilidade com o mundo que os cercam e  pelo opressor o prazer de continuar fazendo.

Nesse acordo silencioso entre o que faz e não sabe por que faz, e o que aceita e não sabe por que aceita é que vai se criando a auto depreciação por parte do que aceita e a repetição do ato porque quem o pratica.  Tudo se inicia assim.
Agora porque houve este acordo inconsciente, é onde mora todas as questões. É a base. Não adianta esperar chegar a casos extremos e assim divulgá-los, que de nada vai adiantar. É preciso mexer nas estruturas, na base.

Na base familiar existem muitos bullyngs que são ou não aceitos, que são ou não encarados como sérios, o que na verdade, todos os atos, tarde ou cedo podem contribuir para agressores e agredidos.
O fato de pais não preparados para sê-lo ou cansados demais pelas diversidades da vida, desistir da educação de seus progenitores, é um grande problema. Digo e repito sempre que a maioria, não todos, dos problemas nasceu no seio familiar. Um pai que diz ao filho ou aos outros, dos filhos,  frase como: há! Aquele não vai dar em nada não, cansei!, ou maridos ou esposas que diminuem um ao outro constantemente numa batalha de poder dentro do seio familiar, estão provocando não só o desentendimento do casal mas abalando toda a estrutura da família, principalmente dos filhos.
Na observação, no estar atento a seus filhos, é que se descobre probabilidade de problemas: - filhos que ficam trancados no quarto, crianças que não conseguem viver em grupos nas brincadeiras,  esta sempre arredio, calado... – tem algum problema – criança é igual em todo mundo. Criança faz arte, corre, ri, tem amigos... E o ouro lado, por exemplo, mães que colocam em seus filhos toda a esperança que eles façam tudo aquilo que não conseguiu fazer ou ainda que sonhassem em ter uma filha modelo, mas a vida lhe trouxe uma baixinha, e falam isto sem parar na cabeça da criança... São tantos os exemplos, que seria impossível, e eu nem saberia descrever todos.

Infelizmente todos nós fizemos ou faremos um pouquinho disso com nossas famílias. Mas se temos consciência, que os filhos nos são dados por Deus e são esperados com muito amor, esperança e sonhos por todos nós. Temos também de estar cientes que eles vieram para que nos o eduquemos, e que nunca vêem perfeitos. Temos responsabilidades e deveres para com eles, sejam eles homo ou bissexuais, canhotos ou destros, dotados ou não de inteligência, obesos ou magros, doentes ou não e assim por diante, não importa, o que importa é que não os rotulemos, pois geralmente estes rótulos começam na família, se estende na escola, nos amigos e aí depois disso, só a notícia da mídia,  que especula o ibope, mas esta mesma mídia poderia e tem o dever de entrevistar o outro lado da moeda, talvez profissionais que pudessem indicar um caminho, um início de se combater o mal que gerou a notícia.

Pessoas que não aprenderam a elogiar, a agradecer, a pedir por favor, a temer a Deus, amar o próximo e etc, não saberão passar esta corrente adiante.
Os bullyngs familiares e sociais poderiam ser praticamente abolidos facilmente se famílias soubessem o verdadeiro sentido da palavra, se escolas tivessem condições de mais tempo com seus alunos, estão na maioria das vezes mais preocupados em cumprir a carga horária pré-estabelecidada do que com a capacidade destes alunos de absorverem tudo que lhes é apresentado. Por outro lado, no nosso país, os professores do primeiro grau são mau remunerados demais, na verdade isso não seria um bullyng por parte dos governos que os pagam?  Professores que estudaram, que na maioria tem mestrado inclusive, e não consegue sobreviver com o que ganham? E se são estes professores do primeiro grau, os responsáveis, juntamente com a família, a igreja e o governo, por tornarem estas crianças os cidadãos do amanha?
Fico indignada em ler sobre este bendito bullyng todos os dias, mostram sempre o sangue, mas nunca a ferida, e nada fazem  para contribuir,  para combater o mal na raiz.

Porém, infelizmente parece não ser este o ideal da notícia, sem ibope, sem grana. Mas nos podemos mudar o canal, afinal o controle remoto somos nós quem o operamos certo?

Quanto ao bullyng (parece que o Brasil nunca terá linguagem própria) ele não deixará de existir até que os pilares que fazem o homem do amanhã não se derem as mãos e juntarem as forças.