"Só chegarão até o fim deste Painel quem a ama como eu, e são para estas pessoas e para as futuras gerações, o meu prazer em compartilhar"
Todo e qualquer transplante há de ser
respeitado sempre. Mesmo após a perda da pessoa que amamos.
Estes profissionais são guerreiros por
conseguirem ir para casa após presenciarem tanta luta, tanta desigualdade e
ainda brigarem com um governo para conseguirem medicamentos essenciais para a
sobrevivência destes pacientes.
A luta da maioria destes profissionais
na luta de doenças hematológicas, hereditárias e imunológicas não foi do dia
para noite, para muitos foi um longo caminho de pesquisas, inclusive de novos antibióticos e tantos outros medicamento que foram desenvolvidos a partir destas pesquisas.
Não podemos esquecer do ganhador do
Prêmio Nobel de Medicina Dr. E. Donnal Thomas e sua equipe pela criação do TMO.
No Brasil o Transplante de Medula
Óssea (TMO) nasceu na Universidade Federal do Paraná em 1979. Trinta e Cinco anos depois perdi uma filha de
30 anos para o TMO, no mesmo estado em que nasceu esta dádiva de esperanças
para quem necessita de um sopro de esperanças.
Por todo este tempo de estudo e de
pesquisas, não posso agora revoltar com absolutamente nada. Preciso manter o
respeito e a coerência para com estes médicos, aos quais sou profundamente
agradecida por toda atenção e dedicação até o fim.
Passa pela minha cabeça mil perguntas
que jamais farei, porque sei que faz parte do processo de luto, questionar
vários porquês.
Pensando o que poderia fazer para que
eu agradecesse de coração, a Deus por ter me concedido a honra de conviver por
30 anos com um ser que amo tanto, e após ler alguns livros e alguns depoimentos
de outras mães que passaram pelo mesmo processo, resolvi dar a luz, de novo, e
desde o nascimento ir entregando e preparando a total entrega, a devolução de
minha filha a Deus.
Este texto será longo, mas foi muito
prazeroso. A medida que separei algumas fotos, às vezes ficava tão feliz por
relembrar passagens tão alegres, engraçadas e outras que me causaram tanta
tristeza por discussões inúteis... E a partir destas memórias me senti uma
máquina de costura, onde vamos costurando os retalhos, fragmentos de algumas
peças que se encaixam e outras não...
Minha filha sempre soube o que queria
e para conseguir teve que me enfrentar muitas vezes. Porque sou meio loba,
protetora demais, em excesso, e às vezes os filhos só querem ser independentes,
e os pais neste caminho acabam por sufocar. Sei que fiz isto várias vezes, mas
aqui também decidi não sofrer por isso. O tempo não volta, as palavras não são
engolidas, e o que verdadeiramente importa é o amor, e este nós tivemos, sem
nenhuma dúvida.
Continuarei apoiando e ajudando quem
precisar neste caminho por doadores de medula, sangue, plaquetas... E a partir
de agora quero muito ser mais uma voz na luta de conscientização dos familiares para que colaborem, que ajudem na doação de órgãos. O Brasil tem uma fila IMENSA de pessoas a espera de um rim...por exemplo.
Deus, sei que é difícil, mas é nas
horas mais difíceis que a gente tem que levantar, mesmo que um pouquinho de
cada vez. Se você tem um parente que está partindo... ajude neste momento a
salvar outros. Conscientização já.
Poderia falar meses aqui, hoje e agora
mas somente quero fazer um Tributo a Káren de Alcântara Pitarello, para que as
gerações futuras a conheçam, em imagens, a passagem dela aqui neste mundo.
Káren foi concebida em abril de 1983.
Nasceram em 03 de Janeiro de 1984. E foi desde o primeiro instante muito
esperada, foi a segunda a nascer. São gêmeas. A irmã: Kelly de Alcântara
Calfat, transplantada em 2010 com total êxito e neste momento grávida de 7
semanas. E ganhou 2 anos depois ganhou mais uma irmazinha: Marina de Alcantara Rufino Ribas.
Primeira Parte: Resumo fotográfico de 1983 a
1997
Segunda Parte: Resumo fotográfico de 1998 a 2009
Terceira e
última Parte: Resumo fotográfico de 2010 a 14 de fevereiro de 2014