Os profissionais da saúde interagem com o processo de morte e morrer na sua atividade profissional, num contexto sócio-histórico negando a morte e assim a maioria ainda se detém nos aspectos teórico-técnicos. Talvez porque não tiveram uma formação acadêmica onde claramente se vislumbre que a morte está inserida e faz parte do nosso cotidiano.
A importância que nós ocidentais temos, urgentemente de encarar o tema já é claro para boa parte de equipes técnicas do nosso país. Tratar o tema, sem nenhum tabu evitará sofrimento na velhice e em pacientes de doenças graves, porém todos, em qualquer idade podemos morrer, uma vez que não somos imortais.
Devemos nos preparar, pois assim teremos uma vida mais digna e aproveitar desta existência da melhor forma possível. A única certeza da morte é a vida!
Porque ainda, a grande maioria diz "não estou preparado para a morte"; porque preparamos tanto para o nascimento com cartazes de bem vindo, festas para tudo e não preparamos para a morte? É certo deixar para a família todas as decisões a serem tomadas? Gostaria de ser cremado? Gostaria de ser intubado, mesmo que isso te prolongue apenas alguns dias? O que você gostaria que fosse feito na sua finitude? Em caso de estar apto, gostaria que seus órgãos fossem doados?
Estas decisões cabem a cada individuo e nunca a um familiar que já vai estar abalado com sua perda. Tudo se torna mais sereno quando se sabe o que e como fazer.
Voê sabia que já existe um documento chamado Testamento Vital? Tome conhecimento. Pesquise!
Esta ausência de informações pode criar embates desnecessários em um momento que teria de ser calmo, pois os que ficam já vão ter que trabalhar com o luto.
Existem no Brasil muitos médicos que lutam para esta conscientização. E ainda livros que devem ser lidos e que te ajudarão a encarar o tabu da morte e você acabará por descobrir que como ela é inevitável, ela pode ser em paz, e na forma que você escolher.
Sobre este momento, temos que nos lembrar que antes da morte poderá vir uma doença grave. E um simples texto não explicaria todo o contexto, porque tanto da parte do cuidador como de quem esta sendo cuidado, é preciso: empatia, compaixão, reconhecimento, disposição, perdão, disponibilidade, saber que o paciente estará sempre em um nível superior a nós.. e é no olhar que ele reconhecerá tudo isso, também com muita escuta e com muita presença.
É preciso reconhecer toda a dimensão espiritual do momento, respeitando o sagrado de cada um.
Todas as etapas são importantíssimas tanto para quem esta morrendo quanto para quem enfrentará o processo de luto.
É um pequeno texto para iniciar, alertar para a importância do tema.
Livros: para iniciar
A morte é um dia que vale a pena viver - Ana Claudia Quintana Arantes, (Esta médica/escritora para mim é a maior autoridade que temos hoje no Brasil)
Enquanto eu respirar - Ana Michelle Soares
A roda da vida - Elisabeth Kubler-Ross
Pessoas para seguir
Sem dúvida alguma, as duas escritoras acima
Tom Almeida
Odenício de Melo
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Uma infinidade de palestras e grupos sobre o assunto estão disponiveis na internete.
O intuito aqui é colaborar com aqueles que ainda não pensaram no assunto.
RUBEM ALVES
A morte e o silêncio
Somente os tolos tentam consolar. Eles não sabem que as palavras de consolo são ofensas à dor da pessoa |