domingo, 25 de novembro de 2012

Resiliente




Sou observadora de natureza, não do que se veste, não de decoração, mas de pessoas, às vezes me pego a olhar, como se fitasse um vazio, porque não sei, na verdade o que fazem, mas como reagem talvez, nem eu mesma sei explicar.  E talvez seja este motivo que não consigo me ligar totalmente em novelas, porque sei que foi ensaiado, treinado, dirigido;  gostaria de ver a coxia.

Por isso tenho tanta fixação  pelo o conceito psicológico da palavra resiliência. Nós a herdamos da  física e a transformamos naquilo que todos buscamos, que é a capacidade de lidar com nossos problemas, transformar obstáculos em aprendizado, superar traumas, dores, fracassos etc, enfim, grandes oportunidades para nos tornar em seres humanos melhores, e por que nem todos conseguem, está exatamente aqui a resposta “resiliente”, a capacidade que está dentro de nós para adaptação às mudanças  e voltarmos ao estado natural, é nossa a nossa flexibilidade em lidar com o desconhecido.
Essa energia desconhecida que nos impulsionam a seguir, é maravilhosa, pois geralmente é extraída de um profundo auto conhecimento, de um resgate doloroso, nosso, com a gente mesmo!

A abrangência de tudo isto está em todos os setores da vida, os consultórios estão cheios de pessoas à procura deste resgate, em todas as especialidades, as empresas, nacionais ou não sobrevivem desta capacidade de seus cooperadores, um ator que sai de um papel de mocinho para um de vilão tem que fazer esta travessia ou ele não terá sucesso; é isso que fazemos o tempo todo e cada um no seu tempo e com sua capacidade, e aqui mora o perigo, está tudo rápido demais e este processo também tem que acompanhar ou corremos o risco de nos perder em divãs ou de sermos abocanhados pela concorrência.

Veja o caso da Vale, que não vou nem tentar explicar aqui, é muito pra minha capacidade, pois como a maior empresa privada do país pode terminar com um prejuízo bilionário, em disputa de poder, corrupção, etc. Vale a pena acompanhar porque são seres humanos de nacionalidades diferentes, portanto culturas totalmente diferentes num jogo que não se sabe como terminar. Ganância? Poder? Como dar a volta por cima de uma situação financeira, empresarial e pessoal? Como acreditar em generosidade neste meio? Será que aqui poderia ser, a minha palavra predileta,  aplicada? Não sei.

Na vida pessoal, sei que tem jeito sempre, para mim basta querer e acreditar. Porém alguns casos me fazem arrepiar e rever meus conceitos, pois se julgo ou se uso de idéias já estabelecidas corro o risco de mais uma vez fazer uma análise pessoal para que me torne uma pessoa melhor, como pode uma pessoa cadastrar num banco de sangue para ser um doador de medula, por livre espontânea vontade, e quando chamado,  e isto só acontece depois de vários testes de compatibilidade, negar a doação e esta pessoa vir a óbito  dias depois. Estórias como esta me faz pensar se tudo na vida tem como aplicar a resiliência, é provável que sim, se lembrarmos o que Jesus fez por todos nós, mas ao mesmo tempo aprendemos que nem tudo na vida será fácil a transformação, a recuperar o estado natural. Nossas atitudes serão para sempre um peso leve ou pesado, portanto sempre estará em nossas mãos  tais transformações. Se cairmos em tentações, podemos sim transformar em pessoas melhores, mas com certeza o caminho de volta será mais doloroso e difícil.

Por todas estas coisas que é muito bom visitar um presídio, uma favela, olhar com mais amor para o próximo, e desejar que nosso governo importe mais com o grau de êxito do que viver medindo seus esforços para conseguir algo, pois afinal o que irá refletir no futuro é o êxito e não o esforço.
Nossas crianças estão, pela pressa dos pais em conseguir algo melhor, sendo deixadas de lado, vi isto claramente, em fato recente, quando um mãe acabou por fazer todo o dever de casa para o filho, para terminar um trabalho pessoal, e naquele instante ela perdeu a chance de fazer com o que filho pensasse, exercesse seu grau de autonomia em suas tarefas.

Os exemplos nossos são o de melhor que deixamos para nossos descendentes. Tínhamos que pensar mais nisto.

O Brasil tem acertado em muitas coisas e errado feio em outras, um exemplo singelo que li recentemente: cerveja de chocolate e outras. Temos 50 tipos de cerveja trancadas pela nossa burocracia, no entanto cerveja com as mesmas especiarias, importadas estão sendo vendidas. A incoerência de nossa burocracia está em todos os níveis.

Mas sem dúvida o que mais rebaixa nosso povo é a corrupção. Mas é muito engraçado, dar dez reais ao filho para comprar um sorvete simplesmente porque quer ler um jornal ou ficar no face sossegado, é o que senão corrupção. Dar cincoenta reais ao guarda de trânsito é o que senão corrupção, arrumar um atestado falso para não ir ao trabalho, é o que senão corrupção… haja reticências para estes exemplos. Devemos mudar nosso comportamento, nossas crianças. Devemos mudar a educação no primeiro grau, urgente! Depois se nada fizermos, só nos restará brigar com um congresso falido e corrupto, para sempre.

Finalmente, outra notícia que não gostei de ler, uma grande executiva voltar ao trabalho somente duas semanas depois de ganhar seu primeiro filho. Concordo que não precisamos de 6 meses, mas 15 dias me chocou! É preciso mesmo achar um equilíbrio entre a vida familiar, pessoal e profissional. Nossas crianças é o futuro deste planeta e não são bichos de pelúcia. Aliás aproveitando a oportunidade é bom lembrar que os animais não ficam bebê para sempre, se nós os pegamos é para sempre!

Bem, desta miscelânea de coisas que li, vi e ouvi e  passou pela minha cabeça hoje, espero sinceramente, que bom ou ruim o texto, façam também outras pessoas pensarem e aproveitarem para doar sangue afinal HOJE É O DIA!

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