sábado, 6 de julho de 2024

Fé na Tormenta

Fé é confiança em algo que não vemos.
Fé é o que nos mantém de pé quando estamos desesperados.
Fé é o que nos faz caminhar quando já não queremos mais.
Fé é algo que não dá pra discutir.
Fé é o que o seu coração te diz.

A fé, a esperança e a caridade ou amor é o que nos torna mais humanos.

Entendemos perfeitamente todo o contexto durante a tormenta. E depois dela? Que fazemos?

O que nos torna mais humanos nos faz errar exatamente por sermos humanos. Não nos parece então que esta ambiguidade pode estar girando conforme nossos interesses? Já tiveram esta sensação?

A velha estória do mal e do bem, do anjo e do demônio, cada um falando a sua mente. Mesmo não querendo ouvir o  mal, ambos estão ali. E é preciso escolher. Muitas vezes em tempo recorde

Como somos pequenos, insignificantes diante de tanta grandiosidade.





 

Nas Asas da Imaginação 

Esta foto encontrei no Pinterest


Nas asas da imaginação, eu me elevo,

Alçando voo sobre oceanos e montanhas,

Como um pássaro curioso, sem limites,

Explorando os recantos secretos da Terra.


Sobrevoando cidades agitadas,

Vejo luzes cintilantes como estrelas urbanas,

Ruas estreitas e praças movimentadas,

Onde histórias se entrelaçam em cada esquina.


Acima das florestas exuberantes,

As copas das árvores dançam ao vento,

E os rios serpenteiam como veias da natureza,

Ligando vales e selvas em um abraço verde.


Nas alturas, acima das nuvens,

Encontro picos nevados e cumes majestosos,

Onde o silêncio é quebrado apenas pelo vento,

E a solidão é preenchida pela grandiosidade.


E quando desço suavemente sobre desertos vastos,

A areia dourada se estende até o horizonte,

E o sol escaldante pinta o cenário com tons quentes,

Enquanto o silêncio sussurra segredos antigos.


Ah, se eu tivesse asas para sobrevoar,

Seria um viajante incansável, um sonhador,

Explorando cada maravilha escondida,

Com os olhos abertos para o mundo inteiro.


Mas, por enquanto, deixo minha mente voar,

E nas asas da poesia, alcanço esses lugares,

Para que todos possam sonhar e se perder,

Em um mundo vasto e cheio de possibilidades.


Edith

 

Reflexoes sobre gerações, religiões e outros que podem  vir à minha memória no decorrer do texto

 

Tenho visto nas redes sociais fotos alegres postadas, do dia dos avós.  Árvores Genealógicas, discussões saudáveis sobre ancestralidade, etc.  Isto me fez voltar ao tempo e a perguntar-me o que mudou?
Filhos nascidos a 60 anos respeitavam mais? Menos? Medo? Respeito? Falhamos como filhos e com nossos filhos?

Não tenho esta resposta, porém sinto que a geração 20 – 40 anos, acabaram por enfrentar desafios significativos.  Cresceram com computadores pessoais, smartphones e acesso à internet, o que pode ter gerado expectativas elevadas sobre  futuro.

 No entanto, muitos de gerações passadas enfrentaram recessões econômicas, demissões em massa e estagnação salarial e  essa desconexão entre expectativa e realidade pode explicar por que alguns destes veem como “fracassados” os mais novos e estes mais novos, muitas vezes  critica os mais velhos também. Parece confuso, porém para se descobrir talvez é preciso esvaziar a mente, porque é  importante lembrar que a culpa não é exclusivamente de nenhuma geração; a economia desempenhou um papel significativo. Além disso, a busca constante por estímulos e a pressão por sucesso podem ter impactado até a  saúde mental. Em resumo, se os mais velhos enfrentaram desafios únicos e não devemos generalizar ou culpá-los por tudo, outras gerações  têm suas próprias lutas e realizações.

Então o que  podemos aprender com as lutas destas diferentes gerações, é que  cada geração enfrenta desafios específicos, como guerras, crises econômicas ou avanços tecnológicos. A capacidade de se adaptar e superar essas dificuldades é fundamental. A geração mais velha pode ensinar a perseverança, enquanto os mais jovens mostram flexibilidade diante das mudanças.

A visualização e o entendimento  são fundamentais à compreensão, mas como fazer estas diferentes gerações conversarem sem discussões e serem mais amáveis...

Bem, como se fala muito em Cuidados Paliativos (a mais nova disciplina obrigatória nos Cursos de Medicina), pode ser que promover a compreensão e a empatia (empatia que leve à Compaixão),  entre diferentes gerações é fundamental para um diálogo saudável.

Se ambas gerações se esforçarem para ouvir com atenção, aliás até mesmo entre as próprias gerações,  evitando interromper e realmente entender o ponto de vista do outro, reconhecendo que cada geração tem experiências e perspectivas diferentes é essencial. Respeitar as opiniões e valores uns dos outros, e aqui em qualquer nível, hierarquia, religioso, politico,  etc, pode dar certo.

 

Talvez se lembrarmos da compaixão, amor e igualdade ensinado pelo  maior  Mestre, que não julgou, que nada perguntou, só acreditou e amou,

-  que sabia que Pedro era impulsivo,

-  que o irmão de Pedro, André, tão discreto, porém considerado o conector,

- Tiago muito tímido,

-  João amado por todos,

- Filipe , pragmático e às vezes Cético,

- Natanael, muito sincero,

- Mateus que cobrava impostos,

-  Tiago, filho de Zebedeu, inoportuno

- Tomé, também cético

- Tadeu – de poucas palavras

- Simão, o Zelote, visto como rebelde

- Judas – o que veio a trair

- Madalena – que não merecia respeito por muitos

- a mulher que sangrava e a filha de Jairo (sem nomes)

- os leprosos....

Ninguém desentenderia, padres, bispos, arcebispos, pastores, Budistas, Xamã (indígenas), Rabino (judaísmo) etc etc, as classes sociais, diferentes gerações... Mas acho que estamos longe destes entendimentos. Exemplos temos muitos, mas não paramos para pensar, para refletir.

Saindo um pouquinho da fé religiosa, e voltando  a mulher mãe, esposa, filha, profissional, porque lembrei do livro “Mulheres que Correm com os Lobos”, (excelente!) escrito por Clarissa Pinkola Estés que explora a natureza selvagem feminina onde argumenta que todas as mulheres possuem uma essência instintiva e selvagem e muitas vezes reprimida pela sociedade, devemos nós reconectarmos  a essa natureza interior, permitindo que nos tornemos mais autênticas e realizadas em nossas vidas,  através de histórias, mitos e análises da nossa psique feminina, e nos convida  a questionar padrões, a acessarem nossa intuição e a abraçarem nossa força interior. O nosso arquétipo, a nossa ancestralidade.

Será que estamos perdendo nossas raízes? Estaremos sem tempo para meditar toda a essência da nossa vida?  

Saudade daquela frase da minha mãe: você vai entender quando for mãe... às vezes ao ver algumas insanidades, creio que minha mãe mudaria esta frase...

 

 

Mas conseguiremos largar os celulares para estas conversas necessárias?

domingo, 20 de novembro de 2022

Durante Feliz

 Durante Feliz


Ouvi esta pequena frase aparentemente óbvia, só que não, quando ouvimos com propriedade, acabamos por deixar ir entrando, enraizando em nós este caminho. 

Tenho aprendido muito nestes últimos 08 anos. Acho que uma dor profunda, sem cura, poderia ser suavizada SERVINDO. Então continuei aprendendo que para servir seria preciso estudar, estudar muito e aliar à vivência do dia a dia. E é o que faço. Vou trançando minhas linhas sem receitas, desmanchando meus nós ou acrescentando novos pontos a novos aprendizados.

Aprendemos até nosso último suspiro, já não tenho mais dúvida.

E o Durante Feliz é preciso ter consciência do que está vivendo, é ter fé acreditando que tudo está certo. E para esta consciência é preciso que a Espiritualidade, o Psicológico, o Emocional estejam em sintonia. Não me canso de tropeçar e recomeçar em busca deste tripé.

O Psicológico e o Emocional, pelo menos para mim, ainda está sujeito aos ventos que me tocam, daqueles que me são caros. 

No mundo novo que se apresenta que é a solidão enganosa das telinhas, às vezes nos deixamos levar pela pressa e/ou ansiedade, e esquecemos de perguntar como vai, posso ajudar, etc. É a inexistência da gentileza, do cuidado e tantos outros atos solidários.

Quantas vezes planejamos o que fazer na velhice, pensando assim ser feliz lá, porque isso? Se temos a obrigação de estar bem hoje e até mesmo durante este exato milésimo de segundo...

segunda-feira, 5 de abril de 2021

Precisamos falar sobre a morte


 Os profissionais da saúde  interagem com o processo de morte e morrer na sua atividade profissional, num contexto sócio-histórico negando a morte e assim a maioria ainda se detém  nos aspectos teórico-técnicos. Talvez porque não tiveram uma formação acadêmica onde claramente se vislumbre que a morte está inserida e faz parte do nosso cotidiano.

A importância que nós ocidentais temos, urgentemente de encarar o tema já é claro para boa parte de equipes técnicas do nosso país. Tratar o tema, sem nenhum tabu evitará sofrimento na velhice e em pacientes de doenças graves, porém todos, em qualquer idade podemos morrer, uma vez que não somos imortais. 

Devemos nos preparar, pois assim teremos uma vida mais digna e aproveitar desta existência da melhor forma possível.  A única certeza da morte é a vida!

Porque ainda, a grande maioria diz "não estou preparado para a morte"; porque preparamos tanto para o nascimento com cartazes de bem vindo, festas para tudo e não preparamos para a morte? É certo deixar para a família todas as decisões a serem tomadas? Gostaria de ser cremado? Gostaria de ser intubado, mesmo que isso  te prolongue apenas alguns dias? O que você gostaria que fosse feito na sua finitude? Em caso de estar apto, gostaria que seus órgãos fossem doados?

  Estas decisões cabem a cada individuo e nunca a um familiar que já vai estar abalado com sua perda. Tudo se torna mais sereno quando se sabe o que e como fazer. 

Voê sabia que já existe um documento chamado Testamento Vital? Tome conhecimento. Pesquise! 

Esta ausência de informações pode criar embates desnecessários em um momento que teria de ser calmo, pois os que ficam já vão ter que trabalhar com o luto.

Existem no Brasil muitos médicos que lutam para esta conscientização. E ainda livros que devem ser lidos e que te ajudarão a encarar o tabu da morte e você acabará por descobrir que como ela é inevitável, ela pode ser em paz, e na forma que você escolher.

Sobre este momento, temos que nos lembrar que antes da morte poderá vir uma doença grave. E um simples texto não explicaria todo o contexto, porque tanto da parte do cuidador como de quem esta sendo cuidado, é preciso: empatia, compaixão, reconhecimento, disposição, perdão,  disponibilidade, saber que o paciente estará sempre em um nível superior a nós.. e é no olhar que ele reconhecerá tudo isso, também com muita escuta e com muita presença.

É preciso reconhecer toda a dimensão espiritual do momento, respeitando o sagrado de cada um.

Todas as etapas são importantíssimas tanto para quem esta morrendo quanto para quem enfrentará o processo de luto.

É um pequeno texto para iniciar, alertar para a importância do tema.

Livros: para iniciar

A morte é um dia que vale a pena viver - Ana Claudia Quintana Arantes, (Esta médica/escritora para mim é a maior autoridade que temos hoje no Brasil)

Enquanto eu respirar - Ana Michelle Soares

A roda da vida - Elisabeth Kubler-Ross

Pessoas para seguir

Sem dúvida alguma, as duas escritoras acima

Tom Almeida

Odenício de Melo

...

Uma infinidade de palestras e grupos sobre o assunto estão disponiveis na internete.

O intuito aqui é colaborar com aqueles que ainda não pensaram no assunto.

RUBEM ALVES

A morte e o silêncio


Somente os tolos tentam consolar. Eles não sabem que as palavras de consolo são ofensas à dor da pessoa


Nos breves intervalos em que a chuva parava de cair e os raios de sol se infiltravam pelas nuvens, o arco-íris aparecia fazendo os homens se lembrar da promessa que Deus fizera depois do dilúvio: ele nunca mais permitiria que as águas destruíssem a vida. Mas parece que ele se esquecera. A chuva caia sem parar alagando campos, inundando cidades, derrubando casas, matando gente e bichos.

Ele era um menino de 14 anos, feliz, que gostava de viver. Filho único, morava em Floripa. Como todos os meninos e meninas, ele deveria ir à escola naquele dia, porque a chuva não estava tão forte assim. E andar na chuva é uma arte que dá alegria às crianças.
Chegou a hora do recreio, tempo livre para brincar. A chuva voltou a cair mais forte, com raios e trovões. Havia um lugar abrigado da chuva, uma marquise, construída fazia três semanas. Era uma cobertura de cimento, planejada por engenheiros que sabiam o que estavam fazendo. Sólida. Ele se abrigou sob a marquise para ver a chuva. Mas a marquise, ignorando ferro e cimento, caiu sobre ele, esmagando-o. Agora, no seu lugar, resta uma dor que nenhuma palavra pode conter.
A morte faz calar as palavras. São inúteis. Servem para nada. Somente os tolos tentam consolar. Eles não sabem que as palavras de consolo, brotadas das mais puras intenções, são ofensas à dor da pessoa golpeada pela morte. Porque elas, as palavras de consolo, são ditas no pressuposto de que elas têm poder para diminuir o vazio que a morte deixou. Como se a pessoa que a morte levou não fosse tão importante assim e algumas palavras pudessem diminuir a dor que sua morte deixou.
Mas não há palavra ou poema que possa com as únicas palavras que a morte deixa escritas: "Nunca mais". Nada existe de mais definitivo e mais doloroso que esse "nunca mais...

Bem fizeram os amigos de Jó que o visitaram com o intuito de consolá-lo na sua desgraça. O texto bíblico descreve o que aconteceu:
"Quando eles, de longe, o viram, eles não o reconheceram; e eles levantaram suas vozes e choraram. E eles se assentaram com ele no chão durante sete dias e sete noites, e nenhum deles lhe disse uma palavra sequer, porque eles viram que o seu sofrimento era muito grande" (Job 2.13 ).
Todos os amigos querem diminuir o sofrimento da mãe. Cercam-na com palavras que, pensam eles, trarão algum consolo. Mas que palavra ou poema poderá substituir o seu filho? E a chamam ao telefone para dizer-lhe suas palavras doces e cheias das intenções mais puras. Mas a pureza das intenções não garante a sua sabedoria. E aí, à dor da morte do filho, acrescenta-se uma a outra dor: a mãe é obrigada a ouvir os consoladores delicada e pacientemente, com sorrisos de agradecimento... Mas são tantos os consoladores e eles cansam tanto...
Gestos de consolo, lembro-me de um que me comoveu. Eu vivia em Nova York com a minha família. Aí o pai da minha esposa foi morto num acidente, no Brasil. Ao abrir a porta do apartamento, no chão estava um buquê de flores. Aquele que o trouxera se retirara em silêncio. Não tocara a campainha. Mas deixara um bilhete onde estava escrito: "Não quis perturbar a sua dor..."



segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Escolhas na "última idade"

O Brasil tem 3.200.000 idosos que precisam ser cuidados em suas necessidades básicas,  e destes 100.000 estão em casas de repouso (dados de 2010!). Isto significa que 3.100.000 estão sendo cuidados por familiares.
Porém  a realidade das famílias  tem mudado a cada ano para uma independência quase que total.
Hoje com vários casamentos, quem tem muitas sogras acabam por não cuidar de nenhuma mas acontece que 40% delas só tiveram filhos homens, e estes tem ainda em muitos, enraizados que quem cuida são  mulheres... pois é, pasmem,   é uma realidade e ela tem que ser mudada urgentemente e em alguns casos a mudança é  radical e sofrida.
Outro fator é  que nem todo ser humano nasce para cuidar, uns o fazem espontaneamente outros sofrem, se sentem sobrecarregados  porque não têm  edta aptidão.  Nesta hora é  preciso muita leitura,  cursos, resignação  e fé.  Afinal nossos pais nos ensinaram tudo, a falar, escovar  os dentes, andar,  esportes etc etc  e o que vemos são adultos que se irritam em repetir uma única fala.
Em contra partida as famílias  juntamente com o idoso (se ele ainda tem condição de opinar) ver o que é  melhor para ele.
A solidão  mata muitos deles.
Se a família toda trabalha é  melhor que este  fique num centro p idoso pois terá com quem conversar, jogar,  rir e dançar,  mas é  claro  que existem muitos idosos que não querem isto.
Comecei a escrever isto quando li o número de idosos que dependem de tudo do outro, mas quantos mais estão  sem nenhum problema mas a mercê  de uma solidão  que nem sempre é  o desejo  das famílias.
O que eu sei é: quando EU NÃO mais  puder fazer o mínimo necessário no meu próprio ninho, não tenham dúvida estarei pronta para dividir algumas conversas  com alguém  em algum centro para idoso.   É  isso que quero do fundo do meu coração.

sábado, 1 de dezembro de 2018

Risos e Prantos

Risos,
Prantos, angustia 
que antecede
o riso.
Grande teatro
de nós mesmos.
Na oposição do riso,
a reflexão
das relações,
todas elas,
que assim são chamadas.
Morte/luta/vida,
Contraste de luzes,
Claro/escuro
Noite/dia.
Luta diária.
Melhor seria, se sempre,
o riso risse do pranto!